sábado, 18 de novembro de 2017

O FANTÁSTICO MUNDO DE ANDRES CARNE DE RES

   A 30 kilômetros de Bogotá, à beira da estrada principal da pequena localidade de Chía, está a casa de Andrés Jaramillo e Stella Ramírez. 
   Parece que estou fazendo comercial de um restaurante colombiano, né? 
   Não, não é um comercial, é apenas um relato de uma experiência "sensorial" das mais interessantes que já passei.
   Quando estacionamos o carro em frente aquela cabana (enorme) de madeira com teto baixo, coberto com telhas e o imponente nome ANDRÉS CARNE DE RES, pulsando num luminoso colorido, fomos recebidos por um porteiro que nos encaminhou por um labirinto de pequenas escadas, passarelas de madeira com paredes e teto totalmente cobertos de...tudo que se possa imaginar. 
   Um mundo mágico de manequins, acordeões e máquinas de escrever a conviver lado a lado com corações vermelhos que piscam a palavra amor, alegria, azar, sal e outras vocábulos impensáveis em um restaurante.
   A música caribenha, tocada ao vivo, começa a invadir os teus sentidos e aumenta à medida em que te aproximas da "praça" principal, onde crianças brincam com recreadoras de perucas coloridas que lembram as belas replicantes do filme Blade Runer.
Finalmente, depois de conduzidos por um mar de objetos decorativos e móveis de madeira rústica, somos instalados em uma grande mesa redonda em baixo de um gaiola de arame com 4 manequins voadores. 
Com a Gisa pagando o Mico!
   O cheiro da carne assando na brasa invade os meus sentidos e quando dou por mim já estou vestido com uma faixa com as cores da Colômbia onde está escrito Que te vaya bien!
   Ao nosso lado 4 músicos atacam uma salsa de boas vindas e atiram papel colorido picado para cima que retorna sobre nossas cabeças. Depois de anunciada nossa presença, todo o restaurante aplaude.

   Pronto, está pago o mico!


 Bem, aí começa uma outra experiência incrível. 
- Hola, mi nombre es Alexandra y voy a cuidar de hustedes.
Disse a jovem universitária que ficou à nossa disposição durante todo o almoço. Os atendentes são todos estudantes universitários, alegres, simpáticos e atenciosos.

O  Cardápio 
 bem, o cardápio é outro show de cores e grafismo anárquico, inteligente e de muito bom gosto. De saladas, café da manhã, sucos, todas as bebidas do mundo, papas, arepas, mazorcas, pimientos, chorizos, ceviches, consomés, chatas, frutos do mar e finalmente as carnes!

    Descobri lá dentro um prato especial da casa: Lomo al trapo. 
   Traduzido seria Lombo no pano. Lombo de gado que aqui seria o entrecot. Falei com um assador - são vários plazas com parrillas imensas - e perguntei como era feito o tal Lomo al Trapo.
   - Dificílimo, me disse. - Veni comigo, falou e saiu em direção a outro balcão de madeira onde havia um recipiente com água e vários panos, de linho retangulares, de molho.
Pegou um deles, colocou sobre a bancada, espalhou por cima um punhado de sal fino e outro de orégano e logo colocou uma peça de lomo de umas 350gr. Enrolou a carne, fez um pacote e seguiu adiante, eu atrás, até um grande braseiro onde jogou o pacote direto em cima das brasas. Sete minutos depois virou o pacote e mais sete minutos depois retirou do braseiro.
   Bateu com a faca na trouxa e o pano se quebrou revelando uma carne assada por fora e sanguinolenta por dentro. Um sabor maravilhoso. Exótico, diferente mas próximo para um carnívoro dos pampas como eu. Um show!

Três "pacotes" de Lomo al Trapo nas brasas

   Essa foi uma das experiências mais interessantes que tive na Colômbia!

   Fora o alho!




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