sexta-feira, 25 de agosto de 2017

BARCO

por Emanuel Medeiros Vieira
para Nelson Wedekin

Tenho me convivido muito ultimamente e descobri com surpresa que sou suportável, às vezes até agradável de ser. Bem. Nem sempre”. (Clarice Lispector)

“Nesta foto do tempo de criança/o que mais me encanta/não é nossa alegria de infantes/mas a réstia de luz de uma manhã/brilhando no chão de uma varanda/Ninguém apaga este sol que nos chega da infância”. (Miguel Sanches Neto)

Meu barco me levará até o teu sonho.
Mapeio territórios, procuro bússolas, cartas de navegação.
Velas ao vento– singrando os Sete- Mares.
(Não quero ser o navegador do Apocalipse.)
O barco segue comigo – como o mar.
A vela só vale acesa.
E neste barco, penso em regatas e domingos azuis.
Voltarei a colher flores nas manhãs orvalhadas?
Vai, meu barco – esta jornada. 
(Cantil cheio, pão de centeio.)
Segue, meu barco! 
Segue.
Os veros viajantes estão no exílio?
Não quero só pranto – mas a redenção.
Navega com o meu barco – coração –, navega.
Alvíssaras!

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