sábado, 10 de setembro de 2016

O GOLPE DOS MESTRES

  por Marcos Bayer
  Tem golpe de sorte, golpe de ar, golpe de vista, golpe do baú, golpe de estado, golpe de morte e golpe de mestre, entre outros tantos golpes! 
   O que é um golpe? O meu dicionário instalado no lap-top, define: 
1. Ferimento ou pancada com instrumento cortante ou contundente. 2. Corte incisão. 3. Desgraça, infortúnio. 4. Ímpeto, chofre. 5. Esperteza. 6. Gír. Manobra traiçoeira.
   Golbery do Couto e Silva, o gênio militar da estratégia do General Ernesto Geisel, em seu livro: GEOPOLÍTICA DO BRASIL escreveu, logo na introdução, que era preciso prestar muita atenção naquele novo líder sindical do ABC paulista, pois no futuro ele poderia ser fundamental aos interesses do regime militar. Na sua tese dos movimentos de sístole e diástole da política, como nas contrações do coração, escrevia ele, a extrema esquerda está mais próxima da extrema direita do que se possa imaginar. Tal qual na ferradura do cavalo, as pontas estão mais próximas de si, do que do centro. Era um livro recomendado aos estudantes de Direito da UFSC, na década de 1970. 
   De um lado a ARENA e do outro o MDB. No corpo deste último, viviam vários outros corpos menores, entre eles, os comunistas, os socialistas, os trabalhistas e os liberais. Com o passar do tempo, o MDB engordava o corpo, mas emagrecia na alma. Jaison Barreto, nosso mais eloquente senador foi a melhor prova disto no colégio eleitoral que elegeu Tancredo Neves. Finalmente, o PMDB esvaziou sua essência e manteve suas impurezas. 
   Até mesmo José Sarney, imortal do Maranhão, foi para o PMDB. E foi beijado na face pela Ideli, a professora que se fez senadora por Santa Catarina e liderou o governo do PT no Senado Federal. Hoje, articula o anti golpe em Washington D.C. O PT perdeu três eleições presidenciais (1989, 1994, 1998) e finalmente venceu em 2002, elegendo Lula Paz e Amor, com o apoio do PMDB. 
   José Dirceu e Duda Mendonça foram fundamentais naquela vitória. Então, sócios do poder, PT e PMDB, fizeram as bodas de sangue. 
   Aqui em Santa Catarina, Lula foi aliado de Luiz Henrique da Silveira (2002) e também de Amin Helou (2006). 
   Hábil negociador de salários e outras questões sindicais, Lula tem a paciência de vencer pelo cansaço. Fez isto durante toda sua vida em São Paulo, no ABC. Seu primeiro diploma, disse ele, foi o de Presidente da República Federativa do Brasil. 
   Poderia ter entrado para a História como um bravo nordestino que venceu a fome e a seca para chegar ao Palácio do Planalto. 
   Quando deputado federal disse que no Congresso Nacional havia 300 picaretas! Errou por um? 
   Além dos dois mandatos presidenciais e em razão da desgraça política que se abateu sobre seu melhor pensador e estrategista Zé Dirceu, teve que inventar uma candidatura à sua sucessão: a brava senhora Dilma, ex-combatente do regime militar, presa e torturada, militante do PDT de Leonel Brizola, secretária do governador Alceu Collares do RS e ministra de Lula. Com cabelos fartos e cacheados, uma espécie de beleza de Susan Sarandon dos trópicos, foi aconselhada a uma total repaginação. Fez-se outra mulher. Menos feminina, contudo! 
   Não se pode considerá-la brilhante, mas também não se pode admitir que enquanto o PT e seus sócios minoritários PMDB e PP, faziam a “festa” na Petrobrás, ela de nada soubesse. 
   Sérgio Moro dirá... 
   Quando soubermos quem são os verdadeiros proprietários e sócios do novo porto de Cuba que absorverá carga frigorificada em containers (reefers) que saem dos portos de Itajaí, São Francisco do Sul e Santos, rumando para Porto Príncipe no Haiti e que será desviada para a Ilha de Fidel Castro e de lá redirecionada para os quatro cantos do mundo, compreenderemos porque a delação premiada de Marcelo Odebrecht está ainda “tramitando” nos canais da Justiça. 
   Cid Carvalho, águia política do velho MDB, sete vezes eleito deputado federal pelo Maranhão, dizia: A política não tolera amadores, apenas profissionais! 
   O PT se meteu com profissionais! Desde Eduardo Cunha até Michel Temer. E Cid Carvalho completava, sempre ensinando: O importante não é saber o que fazer... Mas, aquilo que seus adversários farão!

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