terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Reflexões de Um Cadelo Moribundo

Por Chivas McWalker

(Sobre o Texto de Ian Bremer na TIMES a respeito do também moribundo neonato governo de Dilma)
   Provavelmente você não conheça Greenock, a noroeste de Glasgow, na região central da Escócia, município e centro administrativo do distrito de Inverclyde com umas 45 mil pessoas, situado na região de Strathclyde. Também não saiba que é vizinha de Gourock, prosaico vilarejo aonde El Tigre se recupera de delicada cirurgia alternativa, recomendada por um de seus famosos clientes hollywoodianos, ambas localizadas na costa meridional do estuário do Clyde. Também é provável que nunca tenha ouvido falar de Ian Bremer, CEO de uma das empresas de consultoria política das mais respeitadas do planeta, chamada Eurasia [se é que sobreviva alguma coisa respeitável nos escaninhos em que vasculha suas perspectivas políticas e caríssimas recomendações]. Pois bem, foi em um discreto pub naquele pedacinho do paraíso terrestre que nosso cão foi surpreendido pela catastrófica matéria do analista de escol, assinada na revista Times então jogada sobre o balcão de linóleo da taverna. No artigo vem pincelado sem rebuços um cenário em 50 tons de preto-breu; vai da falta d’água e de energia elétrica à derretida credibilidade de Dilma passando pelo aumento de impostos e tarifas, inflação em alta renitente e crescimento negativo da economia em cenário recessivo (ele ainda trabalhava com um crescimento pífio, mas o Ministro da Fazenda reconheceu após sair a publicação que já há recessão) e claro, o bilionário escândalo da Petrobrás.

   Mais surpreendido pela autoria que pelo conteúdo veiculado [e já sabido e experimentado pelos simples mortais acoimados de pessimistas do Restelo pela pelegada-digital remunerada]. Mais surpreso ainda, com o claro sinal de rompimento da bolha marqueteira de ‘maravilhas’ em que Lula envolvera o país mundo afora, agora sob um moribundo neonato segundo governo de Dilma Rousseff, flagrado em faraônicas cleptopetrolagens, hemorragia cumpanheira que grassou por 12 anos sob os narizes petistas [cada vez maiores], sem que tivessem vontade, interesse ou competência para ver, estancar ou punir. Entre um pint (leia pãint se estiver fanho e gripado ou páint aspirando o ‘T’ que deve sair num breve sopro aristocrático) e outro, intercalados por um e outro shot do mais legítimo doblewood old cascsingle malt da casa, imergiu em lembranças bertoldianas. Sobre os empresários que apostam em arriscado silêncio marcusvaleriano, sacou em voz alta: O que não sabe é um ignorante, mas o que sabe e não diz nada é um criminoso” e sobre os aliados da nomenklatura governista, bradou mais alto ainda: “Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso”. Ameaçado por uma gaita de fole intermitentemente sanfonada, o cão pediu a conta: - waiter, check please! Já cansado das criminalizações de Brecht, lembrou-se dos aloprados amigos do círculo palaciano de Dilma [cada vez menor] e enquanto pagava, citou baixinho La Fontaine: “Nada há de mais perigoso do que um amigo ignorante; mais vale um inimigo sábio.” E enquanto levantava a gola da japona e enterrava o gorro de pescador no cocoruto, saiu resmungando baixinho e soturno: ‘Dilma, o perigo não está aqui fora, tá aí dentro do Palácio. E de você’.

Nenhum comentário:

Postar um comentário