sábado, 27 de setembro de 2014

LUPICÍNIO

   
Por Emanuel Medeiros Vieira

Viva Lupícinio Rodrigues (1914-1974)! Ele completaria 100 anos em 16 de setembro.

   Foi autor de clássicos como “Esses Moços”, “Loucura”, “Nunca”, “Ela Disse-me Assim”, “Felicidade”, “Vingança”, “Volta”, “Se Acaso Você Chegasse”.

   Transfigurou a “dor de cotovelo” em arte. Das mais belas. O pesquisador Rodrigo Faour, autor do livro “História Sexual da MPB” (2006), afirma que “Lupícinio, ao lado de Herivelo Martins (1912-1992), foi um dos pioneiros, um dos fixadores do samba-canção na década de 1940”.
   
   Complementa Faour: “E Com essas músicas machucadas de amor ele munia o repertório de Linda Batista, Francisco Alves, Nelson Gonçalves, Isaura Garcia, Orlando Silva – todos os grandes cantores de rádio gravaram muito o mestre Lupicínio”.

   E não só eles, como lembra Chico Castro Jr. Praticamente, todos os grandes nomes da MPB pós-bossa nova também gravaram Lupícinio: Paulinho da Viola (“Nervos de Aço”); Maria Bethânia (“Foi Assim, Loucura”), Gilberto Gil (“Esses Moços”), Gal Costa (“Volta”, “Loucura”), Elis Regina (Cadeira Vazia”), Caetano Veloso (“Felicidade”).

   Até mesmo o vanguardista Arrigo Barnabé, rendeu-se ao gênio de Lupícinio – como lembra um pesquisador –, ao elaborar o show “Caixa de Ódio” (2011). Como assinala Chico Castro Jr., na sua Porto Alegre natal, de onde pouco saiu em vida,
   Lupícinio deixou marcas profundas na cidade e em seu povo.

   É dele o (belo) hino do Grêmio, seu time de coração.
   Então, tio Lupi faria 100 anos.

   Suas canções sentidas, passionais, fortes, ficarão para sempre.

   Viva Lupícinio Rodrigues!
   (E para comemorar, escuto “Felicidade”.)
(Salvador, setembro de 2014)

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