terça-feira, 5 de agosto de 2014

Entre Silêncio Obsequioso e Amarras Jurídicas

Por Eduardo Guerini
No enredo do “calipso” eleitoral
que tenta impor amarras e silencio
obsequioso para que os cidadãos
indignados não desvendem
a modorrenta realidade eleitoral em 2014.

   A suspeita que a eleição de 2014 seria uma grande batalha em manter o cenário depressivo de desencantamento do eleitor com seus representantes e atuais mandatários se revelam em cada momento do cenário desenhado na formação das alianças, a conjugação do “bacanal ideológico”, jamais produzido na “história da republiqueta”.

   A posição de vários jornalistas e comentaristas de politica da mídia provinciana e monopólica, ocultada na censura e autocensura é vislumbrada por uma submissão passiva e contemplativa. Uma parcela significativa de jornalistas amedrontados pelas amarras eleitorais, simplesmente começou a dedicar suas colunas e comentários aos temas de cotidiano, com notas esparsas sobre natureza, estilos de vida, culinária ou autoajuda para tempos de crise. A máxima que jornalista posicionado e ideologicamente adestrado não perde o bônus salarial.

   No caso de comentaristas políticos, na mutação dos cenários, se transformaram em narradores de caravanas e eventos eleitorais, como se fossem “colunistas sociais de política”, destacando aspectos superficiais, desde a cor da vestimenta aos abraços efusivos de inimigos ou amigos de ocasião. O importante é não “tornar público qualquer reação de contrariedade do cidadão-eleitor”. O efusivo jogo democrático deve ser enaltecido sem qualquer pudor.

   Não bastasse a escandalosa máquina reeleitoral colocada em movimento, com alianças e candidaturas apostando todas as fichas no “sonolento e dispendioso” horário eleitoral gratuito (sic)! Não interessa planos de governo e programas que serão colocados em marcha na próxima gestão, nem as linhas gerais de atuação de representantes nas casas legislativas, sejam estaduais ou federal. É a repetição da farsesca e titubeante democracia multipartidária em crise de legitimidade.

   Os comentaristas políticos e jornalistas são proibidos de falar em CRISE de REPRESENTAÇÃO, dos PARTIDOS POLÍTICOS, e, da INDIGNAÇÃO da maioria da população com os serviços públicos precários, alvo das MANIFESTAÇOES DE 2013. Nada de contraditar a velha e putrefata ORDEM.

   No contexto atual, pelo silencioso obsequioso e por amarras jurídicas, pragmáticos, oportunistas, com alguns traficantes de ocasião conseguiram transformar o pleito eleitoral de 2014 em algo SURREAL para política – um tempo de contemplação com louvação fantasiosa e de negação do DEBATE.

   Com temos a nababesca produção dos mágicos marqueteiros em período de incubação, programas eleitorais serão como novelas, divididos em capítulos, iniciarão com muita emoção, sentimentalismo, seguidos de uma dose cavalar de “fantasia”, candidatos em representação teatral, sem nenhuma pretensão critica.

   Silenciados e obsequiosos jornalistas e comentaristas da política nacional e regional, tratarão de assistir os programas midiatizados, com a leveza e superficialidade de um programa de culinária. Basta apreciar o PRATO FEITO e SABOREAR!

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