sábado, 10 de setembro de 2011

A faxina da Dilma

Por Hélio Schwartsman

Já que a faxina da dona Dilma não vai mesmo para a frente, proponho-me hoje a olhar para baixo do tapete e procurar pelas origens evolutivas da corrupção. Como ocorre com nove entre dez problemas crÃ?nicos da humanidade, nossas dificuldades decorrem do descompasso entre nossos cérebros, projetados para operar no paleolítico, e o ambiente das sociedades modernas, com ritmos e exigências totalmente diferentes.
Uma boa analogia é com a obesidade. Devido às adversidades enfrentadas por nossos antepassados ao longo da maior parte de sua história, o organismo humano foi selecionado para perseguir compulsivamente alimentos calóricos (em especial doces e gorduras) e para armazenar toda energia sobressalente na forma de tecido adiposo.
As condições de vida mudaram, mas o organismo, não. Nós continuamos programados para adorar "cheesecake" e outras combinações perigosas de ácidos graxos com açúcares, porém num contexto em que adquirimos nossas calorias em supermercados, em vez de caçá-las na floresta. O resultado é a epidemia de obesidade.
A corrupção não é muito diferente. Como mostra o antropólogo Jerome Barkow, no clássico "The Adapted Mind: Evolutionary Psychology and the Generation of Culture", três traços psicológicos humanos básicos, a busca por status social, o nepotismo e a capacidade de formar alianças, estão na origem não apenas da estratificação social como também da política partidária e da corrupção. 
Leia artigo completo. Beba na fonte.

*articulista da Folha

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