quinta-feira, 9 de junho de 2011

Palocci e O Novo Príncipe


     Se o finado ministro Palocci tivesse lido "O Novo Príncipe" (Ed. El Ateneo), de Dick Morris, coordenador da campanha de Bill Clinton em 2006, talvez tivesse se saído melhor do rolo em que se meteu quando veio a público a sua roubalheira, pessoal, e não para o PT como já havia feito outras vezes.

     Entre os vários temas abordados por Morris em seu livro, além de nos fazer entender os meandros da comunicação política, marketing eleitoral e meios de comunicações modernos, está um capítulo sobre: "como sobreviver a um escândalo".

     Escreve Morris: "Não há como ganhar na cobertura de um escândalo. A única maneira de sair vivo é falar a verdade, aguentar o tranco e avançar". Lembra que nos EUA, quando a imprensa abre um escândalo, tem munição guardada para os próximos dias. Os editores fatiam a matéria, pedaço a pedaço, para, a cada dia, ter uma nova revelação. De nada adianta querer suturar o escândalo com uma negação reativa, pois virão outras logo depois, desmoralizando a defesa. E outros veículos entram, com fatos novos, para desmentir.

     Segundo ele, a chave é não mentir. O dano de mentir é mortal. "Uma mentira leva à outra, e o que era uma incomodidade passa a ser obstrução criminal à Justiça". A força de um escândalo é a sua importância política. As pessoas perdoam muito mais aqueles fatos sem relação com o ato de governar. E ir acompanhando a reação do público. "Se os eleitores se mostram verdadeiramente escandalizados com o que se diz que ele fez, é melhor que não tenha feito. Roubar dinheiro quase sempre não se perdoa".

(Com informações do ex-blog do Cesar Maia)

Um comentário:

  1. O morris é amigo do Carville, aquele da “é a economia, estúpido”. E, ambos, consultores do Bill.

    Com a frase "O capital não tem amigos, só interesses" Idelber Avelar faz uma análise em Palocci em a falácia do “fogo amigo”, de como Ele foi útil e, depois, fútil. Uma análise interessante a nos ajudar, nas futuras escolhas. Afinal, o nosso grande dilema continua na dificuldade com o discernimento. O que se parece bom para nós, como modestos cidadãos, possivelmente não o é, para os financiadores.

    http://revistaforum.com.br/idelberavelar

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