sábado, 17 de abril de 2010

Celso Daniel: o crime que assombra o PT

Bruno Daniel, irmão de Celso Daniel, e sua mulher, Marilena Nakano, refugiados na França, publicaram no Diário de São Paulo a carta-aberta abaixo. Bruno a mulher e os três filhos foram asilados políticos na França depois de serem perseguidos e ameçados por denunciarem que o assassinato de Celso Daniel foi um crime político.

Leia a carta:

"Neste dia em que Celso Daniel completaria 59 anos, nossa maneira de homenageá-lo é seguir no nosso combate na busca da elucidação de seu assassinato e punição de culpados, porque mesmo que novos acontecimentos nos animem, sabemos que eles ainda não são suficientes e que há um longo caminho a percorrer.

O desvendamento das razões do assassinato de Celso poderá nos levar ao questionamento dos fundamentos a partir dos quais é feita a política em nosso país. E quem sabe poderemos caminhar para um outro jeito de fazê-la pautada pela utopia de uma sociedade mais justa e solidária, cujo alicerce é o respeito aos direitos humanos, dentre eles o direito à vida, coisa que Celso não teve.

Neste momento podemos dizer que vemos uma luz no fim do túnel. No dia 25 de março o juiz de Itapecerica da Serra mandou a júri popular 6 dos acusados do assassinato de Celso. Essa decisão reforça a nossa crença nas possibilidades de avanços de nossas instituições.

Leia tudo. Beba na fonte.

Oito mortos e dois refugiados políticos. Crime comum?

por Hugo Souza

O caso do doleiro Toninho da Barcelona, condenado a exagerados 25 anos de cadeia mais por ser o "doleiro do PT" e menos por ser um simples doleiro, mostra que no Brasil ainda se corre o risco de os rigores da lei serem instrumentalizados para fazer de contraventores comuns presos políticos encarcerados em presídios de segurança máxima. Por outro lado -- senão o mesmo -- os desdobramentos do sequestro e assassinato em 2002 do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, fizeram com que dois brasileiros tenham sido declarados como refugiados políticos no exterior, mais de 20 anos após o fim da ditadura militar no Brasil.

Ameaçados de morte por insistir na elucidação do sequestro e da morte do petista, Bruno José Daniel Filho e Marilena Nakano, irmão e cunhada de Celso Daniel, e seus três filhos deixaram o Brasil rumo à França em março de 2006. Lá, entraram com um pedido de asilo político junto ao Ofício Francês de Proteção aos Refugiados e Apátridas (OFPRA), órgão competente para avaliar solicitações de abrigo a pessoas que sofrem perseguição política em seus países de origem. Saiba mais sobre o caso.

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