sexta-feira, 15 de maio de 2009

TURISTA POR UM DIA

Por Olsen Jr.

Se eu estivesse de passagem pela Ilha de Santa Catarina, nessa cidade que já foi conhecida como Nossa Senhora do Desterro, e hoje é apenas “Bela e Santa” aqui em Florianópolis, depois de ter visitado o Museu Cruz e Sousa, a Casa da Alfândega, o Museu de Arte de Santa Catarina, a casa do pintor Victor Meirelles (aquele da Primeira Missa do Brasil que está em todos os livros didáticos) o Museu que homenageia o pesquisador Franklin Cascaes ali na Universidade Federal de Santa Catarina, enfim, abastecida a mente com a cultura, me dedicaria em alimentar o espírito com um bom trago.

O bar mais antigo da Ilha é a Kibelândia, faz 40 anos agora em 2009, na Rua Victor Meirelles. Ali foi um ponto de resistência na época dos “anos de chumbo”, em que muitos jornais alternativos, greves e passeatas foram planejadas. Um bar democrático em que se pode desfiar um bom papo com jornalistas, escritores, médicos, advogados, nativos, transeuntes e curiosos, onde se serve a melhor comida árabe-mineira de que se tem notícia por aqui.

Na Rua Tiradentes, você encontra o bar Noel Rosa assim chamado porque o proprietário é um carioca casado com uma passista da Mangueira e que adotou a Ilha, faz um bolinho de bacalhau de dar inveja aos portugueses, cerveja geladinha e toda a história do local (quando ainda se chamava Petit) nas paredes, contada em imagens, do velho músico Luis Henrique Rosa (que foi namorado da atriz Liza Minelli) e um grande intérprete da Bossa-Nova, que morou nos Estados Unidos, gravou com um grande número de estrelas norte-americanas, mas que decidiu ficar aqui, o local cultua a sua passagem e também de outros, Raul Caldas Fº, Irê Silva, Aldírio Simões e notáveis personalidades ilhoas.

Se preferir uma batucada em final de tarde, vá até o Casarão, num dos cantos da Praça XV, em frente da Igreja, chope gelado acompanhado da caninha ali de São Pedro de Alcântara, e arraste o pé com a nossa boa música.

No Mercado Público, parada obrigatória, há boas opções: o Bar do Goiano oferece comida típica; a Mercearia do Alvin, quibe, bacalhau e a linguiçinha húngara (a mesma que servida na Ocktoberfest em Blumenau); mais adiante, o Box 32 do Beto Barreiros, cartão de visitas da cidade, todo o mundo passa por ali, do artista Juarez Machado ao visionário arquiteto Jayme Lerner ou o músico Arthur Moréia Lima...

Se você preferir ficar mais “cool” o se sentir um inglês desgarrado, vá até o Donnovan, que fica ali nas proximidades da Bocaiúva, tem até jogo de dardos para dar autenticidade ao pedaço, cerveja importada de qualidade e petiscos de tirar o fôlego, um lugar clássico, imperdível.

Com a família junto não custa tentar a Lagoa da Conceição, um antigo boteco que se tornou restaurante, a Casa do Chico, na Avenida das Rendeiras, um lugar com história, pioneiro em atender o beautiful people no tempo em o lugar foi descoberto pelos surfistas e a caipirinha era a bebida dos deuses, está tudo lá, com o mesmo proprietário, o mestre Cantídio Rosa, ou só Chico como gosta de ser chamado.

O mais antigo da Lagoa, tradicional por sua oferta de siris, sírias ovadas, coisa de louco, é o Restaurante Oliveira, um lugar que é ambas as coisas, bar e restaurante, dependendo do que o freguês quiser.

Lugarzinho sossegado, que tal a Cantina da Freguesia, no centrinho da Lagoa? Mais de 40 marcas de cervejas, outro tanto de vinhos nacionais e importados, um bom jazz de fundo, e a comida que você preferir, um espagueti com frutos do mar, por exemplo!

Olha! Ser turista aqui na Ilha de Santa Catarina não é fácil. Moro nessas bandas há 25 anos e confesso, não consigo deixar de me surpreender...

Sobre bares, botecos e similares, qualquer incursão vale pelas descobertas, como um desbravador buscando um novo caminho para as Índias, percebendo um Eldorado em todos os portos e se encontrando (ou se perdendo) em todos eles!

Um comentário:

  1. Gostei do roteiro do Olsen.
    Acho que vou fazer o todo o trajeto.
    Levo no bolso a carteirinha da Help...

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