quinta-feira, 4 de junho de 2015

O Boudoir do Planalto Central

 Por Eduardo Guerini

Na câmara secreta que da passagem
para o quarto andar do Palácio
do Planalto, negociando benesses
e benefícios para os amantes do poder.
Em êxtase contemplativo com a listagem apresentada pelo Secretário/Ministro
da Aviação Civil em Negociatas
Parlamentares para distribuição
de cargos e verbas federais.

   A frieza do mundo político pode chocar os cidadãos brasileiros. Quando se fala em negociações de projetos e medidas provisórias de interesse, o Poder Executivo e sua equipe de articulação entre em campo para realizar as “relações institucionais”, buscando apoio nos aliados e quiçá deserção entre os opositores.

   Então, “vamos partir de um conceito”, triste ironia para aqueles que não participam como comensais na “mesa farta do poder”. Se um representante de mandato – vereador, deputado estadual ou federal e senador, ajuda o governo, por dedução, está participando do governo (sic). As palavras e conceituações são do vice-presidente da república - Michel Temer, do PMDB. Assim, no amplo espectro de negociações, a ocupação de cargos no primeiro, segundo , terceiro e escalões adjacentes são preenchidos por correligionários destes Partidos Políticos (!!!).

   É desnecessário descrever como se portam nossos dignos, probos e éticos representantes de um mandato popular fruto de uma eleição justa e igualitária, em que todas as agremiações políticas usam de expediente pragmático para obter apoio, e, portanto, ficar submetido ao convencimento dos fatos.

   Os voluptuosos vereadores, deputados e senadores, não resistem às paixões deliciosas das indicações para cargos comissionados – de livre nomeação, lastreados em princípios e ideologias elevadas para o padrão republicano.

   Na política da alcova, nosso Ministro da Aviação Civil “voa alto” transformando o quarto andar do Palácio do Planalto no verdadeiro “boudoir”, local secreto de prazeres e felicidade para os parlamentares e seus afilhados. As messalinas e os rufiões do Congresso Nacional brasileiro transformam a representação parlamentar em atividade lúbrica, abafando os liames absurdos e perigosos da virtude republicana.

   No regozijo dos favores atendidos, a felicidade de um parlamentar é o lamento da perda dos direitos de trabalhadores e réquiem da esperança de um futuro melhor. O desprezo da classe política e seus dirigentes com seu eleitorado é o ápice da ridícula tramitação de matérias ditas de “interesse” nacional.

   Não sejamos idiotas funcionais!!! Os infelizes indivíduos brasileiros são vítimas da lubricidade do “presidencialismo de cooptação” em seu corrompido “parlamentarismo à brasileira”. Diante de um governo fraco, não existe alto tão excitante para os rufiões do que explorar os desejos secretos das “messalinas do voto”.

   Enquanto isso, entre uma pedalada e outra, nossa governanta sacrifica todo contribuinte brasileiro com sua volúpia tributária.

   Um brinde ao banquete sádico dos achacadores e achacados!!!

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