sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Almoço com a Luisa. Uma aventura!

   Ontem fui ao shopping almoçar com a Luisa, minha neta. A Luisa está com 4 anos e tem nos surpreendido com as famosas "tiradas" de criança. Só que as tiradas das crianças de hoje são cada vez mais surpreendentes.

   No outro dia postei no FB uma tirada dela onde demonstra uma preocupação com o Papai Noel: "mãe, acho que o papai noel não vai trazer nada para mim...eu chorei para tomar banho, reclamei pra dormir, não obedeci a mãe às vezes... Mas era meu direito não fazer essas coisas! O papai noel sabe do meu direito?"


Só 1% Papai Noel!
   Bem, ontem quando chegamos no shopping fomos direto encontrar com o Papai Noel. A Luisa sentou ao lado do bom velhinho e escutou com muita atenção os seus conselhos. Eu do outro lado fiz o meu pedido: apenas 1% de tudo que o PT roubou da Petrobrás. O Papai Noel reagiu com indignação e desandou a falar da corrupção e sobre o prejuízo que teve ao cair no conto do vigário do Lula que colocou à venda ações da Petrobras que poderiam ser compradas com dinheiro do Fundo de Garantia.

   - As ações hoje não valem mais nada! Estou quebrado! De saco cheio! Disse o bom velhinho.

   Ao saírmos, a Luisa me falou ao mouvido com uma carinha de chororô:

   - Vô, eu não fiz os pedidos!

   Morri de pena e fui obrigado a improvisar uma explicação. Disse que quando o Papai Noel encostou a cabeça na cabeça dela, captou todos os desejos e pedido. Que ela poderia ficar tranquila.

   - É verdade vô?

   - Claro! respondi e mudei de assunto.
   
   Depois fomos andar no carroção do velho oeste que circulava por uns trilhos no meio da floresta de Natal que decora o saguão do shopping. Foi divertido!

   Findo o programa fui intimado a almoçar. Pegamos a escada rolante, onde a Luisa sobe sozinha e independente e nos encaminhamos para a praça de alimentação. A escolha do cardápio foi um pouco complicada. Frango ou peixe, salada...qual salada? e com direito a perguntas se as verduras eram orgânicas.

   Sentamos para almoçar, e começamos a comer misturando colheradas com muita conversa. A coisa não andava muito. No meio do almoço o clássico pedido. - Vovô, quero fazer xixi!

   Putz, o banheiro fica, agora, do outro lado da praça de alimentação. Pedi a um casal de americanos que estava ao nosso lado, para cuidar nossos pratos e bebidas que já voltaríamos. A caminho falei para a Luisa que ela teria que entrar sozinha pois eu não poderia entrar no banheiro feminino. Ela, cheia de independência e confiança, falou que tudo bem. Entraria sozinha. Uma mocinha...pensei com um certo orgulho!

   Fiquei na porta esperando. Passou pouco tempo e já achei que estava demorando. Fiquei pensando se o banheiro estava limpo, onde ela colocaria as mãos...essas coisas de avô preocupado.

   Logo a porta se abriu e a Luisa apareceu correndo, me dando a mão e dizendo: - vamos terminar de comer, né vô?

   Ao retornar à mesa agradecemos ao casal "gringo" e sentamos. 

   - Vô, cadê o meu suco?

    Realmente estava faltando uma garrafinha de suco natural de laranja que ela havia
escolhido. Olhamos para o casal ao lado e, com cara constrangida, nos disseram que um homem passou e levou a garrafinha. Pode? Eu me indignei e larguei a palasvra, ladrão! A Luisa, na sua inocência, me falou: - Vô, será que ele pensou que era a mesa dele?, melhor assim, pensei, concordando com ela.

   Teminamos o almoço, arregalei os olhos, cheguei perto dela por cima da mesa e falei com ar de cumplicidade que almoço com o vô era com direito à sobremesa. Ela, em um primeiro momento também arregalou os olhos concordando para logo em seguida, depois de "elaborar" a proposta, me dizer: - eu não como mais sobremesa vô. Não como açúcar!

- Mas nem um sorvetinho???!!!

- Só de casquinha, então, vô!

   Bem, passeio completo, fui devolver a criança para a mãe. Depois que saí, a Luisa fez a seguinte observcação: 

   - Mamãe o vovô não pensa numas coisas! Ele me mandou sozinha no banheiro para fazer xixi porque disse que não podia entrar!

   Crianças...crianças...







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