domingo, 13 de abril de 2014

Montevidéu com amor

   A chegada na sexta-feira foi por volta de 16 horas. O indicativo de ciclone para o final de semana já se ensaiava quando deixamos o Punta Trouville, Pocitos, e fomos dar uma caminhada por el barrio.
Casas antigas assinadas pelo arquiteto na fachada.
   Estamos em uma paralela da "Costanera" e o vento sul que entrava era de desmoralizar o nosso suli aí da Ilha de Santa Catarina. É daqui que vem o nosso vento sul. 
   Eram cerca de 6 da tarde, vento forte, sem chuva e...sem frio!
Punta fashion...
   Andamos pelas ruas arborizadas de Pocitos até a Bulevar Espanha e depois pegamos a José Ellauri em direção ao shopping Punta Carretas. Sempre registrando a arquitetura e a "cena urbana" de Montevidéu. Bem diferente do nosso cotidiano e muito agradável. 
   O vento dominuiu um pouco e, depois de uma boa caminhada, chegamos no shopping.
   Punta Carretas é um lugar de triste memória para muitos uruguaios. Foi uma das prisões mais terríveis no período da ditadura militar onde se prendia e se torturava militantes de esquerda que lutavam pelo "socialismo". Ironicamente, hoje, se transformou na meca do capitalismo. Voilá!
   Quando chegávamos na entrada do shopping, ouvi uma mulher falar para um menino de uns 12 anos que ali tinha sido "un cárcel terrible".    
O passeador de cães
   Lembrei também que estava em Montevidéu naquele 6 de setembro de 1971. Convocado por la izquierda (movimento secundarista 26 de março), para uma grande manifestação de despiste justo no dia que fugiram 111 tupamaros de Punta Carretas. O presidente Mujica estava entre eles. Impossível não lembrar. Dai pensei: porra, agora é um shopping. Deu!

   Depois de "ver as modas" nas vitrines do shopping descemos duas quadras em direção à Costanera e logo chegamos no badalado restaurante La Perdiz. Show! Do começo ao fim. A casa fica bem m frente ao Sheraton, lugar
La Perdiz: qualidade, atendimento e gentilezas
extremamente aprazível, atendimento excelente e cozinha impecável. Fomos no tradicional. Mollejas e rinhones com um Tanat da Don Parcoal.
   Após a primeira garrafa perguntamos à moça se tinha 1/2 garrafa do mesmo vinho. Disse que sim e voltou com uma garrafa inteira. Falei que uma inteira era demais, naquele momento. Ela nos disse para tomarmos 1/2 que nos cobrariam apenas meia garrafa. Achei de uma delicadeza superior.
   Quando terminamos de jantar chovia e ventava forte. Pedimos um táxi e aí começa o problema. Com a nova lei seca, a demanda por táxi nos finais de semana é enorme. A cidade tem uma frota reduzida e as linhas telefônicas são deficientes. Estão sempre "congestionadas"!
   Ficamos na calçada em baixo de um grande guarda sol/chuva e, de repente, Gustavo, o proprietários do La Perdiz veio nos perguntar para onde iríamos. Falei que a té o Cassino Parque Hotel. Imediatamente pegou a sua caminote e nos "arrimou". Junto um casal de paulistas donos de uma franqui de sushi. Uma gentileza só possível nesta maravilha Montevidéu.

2 comentários:

  1. Lindo Canga! Continua postando comentários... Muito tempo que não vou a Montevidéu e a leitura me trouxe recordações de uma bela época de minha vida!

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  2. O "clima" certamente é reflexo do momento político vivido atualmente no país. Acabei de ver 1 documentário sobre a fuga dos Tupamaraos de Punta Cerretas ( 111, a maior da história ), e o Pres Mujica é realmente uma pessoa sem igual. Esclarecido, humilde, equilibrado e, principalmente, honesto. Que inveja do povo do Uruguay!

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