segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Mascarados, Voto Secreto e Anonimato ....

Por Eduardo Guerini
(Preparando os artefatos para a festa cívica de setembro)

Em reclusão, num lugar incerto e não sabido, preparando os festejos para mais um carnaval político na festa cívica da (in)dependência. Colocando a máscara para confrontar um Estado em crise ... 

   A vida policial não é fácil, principalmente nos grandes centros-urbanos. Na condição de uma situação laboral estressante, uma hierarquia incompreensível e salários aviltantes – a ordem do comando é “paramentar” para mais um combate contra civis insuflados em manifestação contra o estado atual da tal “ordem pública”. Nossos governantes eleitos pelo voto direto e popular, resultado de uma luta que levou milhares de brasileiros às ruas (alguém lembra do Movimento Diretas-Já???), são reféns do descaso com o processo de democratização que presenciamos. Ser um país democrático, onde a liberdade de expressão se eleva , não é fácil para nossos pragmáticos e oportunistas de plantão.
   No combate que se estabeleceu nas grandes cidades , o Rio de Janeiro e São Paulo , foram exemplos cabais da incapacidade de governos sucessivos satisfazerem necessidades vitais de uma população carente de serviços essenciais – saúde caótica, educação melancólica, transporte público deplorável, segurança pública limitada, e tantas carências permanentes, que os grandes veículos não noticiam, senão naquele minuto-rodapé, ou ainda, em tom midiático-messiânico, onde o denuncismo individual é satisfeito por uma cobrança eletrônica.
   Diante do emaranhado de interesses, manifestações e manifestos são rechaçados e vilipendiados pela rudeza de sua ação - seja pela ocupação de espaços públicos , tal como , Câmaras de Vereadores, Secretarias - locais de afirmação do interesse público (ou no mundo de nossas idealizações – por excelência deveria acontecer tal enredo). A mídia monopólica e conservadora volta a contra-atacar atingida pelos manifestantes , tachando e intitulando em seus jornais e telejornais - como vândalos e baderneiros , típico modelo criminalizador dos manifestos sociais e seus grupos . Eis que surge a mídia alternativa – a Mídia Ninja , desmascarando a produção midiática da vida brasileira nas grandes redes monopólicas . A concentração da informação sofre suas primeiras fissuras – um grande feito para nossa democracia elitista e classista, um passo a frente contra a manipulação grotesca da realidade. 
   Neste confronto duradouro das manifestações cívicas de junho de 2013, mascarados e paramentados nas ruas indagam qual a sua contribuição para o aprofundamento da cidadania no Brasil? 
   Os paramentados investidos da lógica legal do Estado Democrático de Direito - defendem a constitucionalidade e a tal “ordem pública”, embora o espaço estatal nunca foi tão saqueado e corrompido pelos seus agentes . Na luta cega da hierarquia e do poder a força é utilizada para manter o Estado de coisas que vivenciamos e repudiamos.
   Os mascarados, na sua maioria, são jovens idealistas, indignados, anarquistas, comunistas e socialistas, ou simplesmente, jovens que descobriram que seus direitos são conquistados nas ruas. O seu manifesto é desencantamento com o tempo atual , daí uma “guerra de movimento” para dar sentido ao futuro nada promissor que se avista no horizonte. Tal movimento radicalizado assusta os novos inquilinos do poder , outrora ativos manifestantes alçados ao poder que hoje dão tons lúgubres para esses ativistas na sociedade brasileira.
   Entre paramentados e mascarados – a grande questão que emerge de uma mãe desesperada diante da violência dos agentes do Estado em ação contra uma jovem exercendo seu livre direito de manifestação. A mãe desesperada com tal procedimento pergunta: Que Estado é esse? Os policiais estão nas ruas para dar proteção a todo cidadão (será???) e não fazer um absurdo desses (!!!). A liberdade de expressão é um direito constitucional combatido com educados cassetetes historicamente treinados em calar manifestantes. Haja disciplina e hierarquia(!!!)
   Nesse flanar conservador de nossos democratas governando arbitrariamente, chegamos ao topo de nossa representação, saímos das ruas/praças fervilhando - lugar da patuleia indignada e incompreensível, chegamos aoo Congresso Nacional e seus assíduos frequentadores (sic) – que em votações secretas preservam corruptos e suas corruptelas. A conclusão fatídica dada por uma mãe assustada por tamanho excesso na ação policial e tacanha representatividade de servidores públicos - "O pior ato é protestar contra a corrupção que domina esse país."




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