terça-feira, 10 de setembro de 2013

Inédito: Peabiru também passava pelo litoral de SC

Um ramal costeiro do Caminho de Peabiru, até agora desconhecido dos estudiosos, percorria diversas praias de Santa Catarina. A novidade histórica faz parte de novo livro da jornalista e pesquisadora Rosana Bond, História do Caminho de Peabiru - O milenar.

   A obra História do Caminho de Peabiru - O milenar, “desprezado” e pouco estudado ramal litorâneo (Editora Aimberê (RJ)), é a 16a. publicada pela pesquisadora que será lançado no dia 12 de setembro, das 19 às 23 horas, no restaurante Posto da Alfândega, em Sambaqui, Florianópolis.
   O Peabiru era um caminho tido como sagrado pelos indígenas. Ele unia o Atlântico ao Pacífico, penetrando o interior por Barra Velha e vale do rio Itapocu, e alcançando o oceano no Chile e Peru. “O que não se sabia, até agora, é que ele possuía um ramal que beirava a orla catarinense. Na realidade, beirava praias brasileiras desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro, por 1500 quilômetros sem qualquer interrupção”, informa a autora.
   Sobre o título do livro, ela esclarece: “Digo que o caminho praiano é milenar porque foi usado pelos índios desde pelo menos 1500 anos atrás. Que foi “desprezado” porque os portugueses só reconheceram oficialmente sua existência e importância dois séculos após terem desembarcado no Brasil. E finalmente, falo que foi pouco estudado porque, num equívoco, foi visto pelos estudiosos como um caminho “natural”, sem interferência da mão do homem. Ou, no máximo, como uma rude trilha indígena presente apenas em trechos descontínuos do litoral, do sul ao Rio de Janeiro.
   Sustentada em velhos documentos, mapas e relatos indígenas, a obra apresenta um traçado do ramal, município por município. A jornalista acredita que esse traçado poderá ser útil a várias cidades litorâneas catarinenses na prática do turismo cultural-histórico.
   “Todos sabemos que há praias do nosso litoral que só têm movimento econômico no verão, quase “morrendo” no resto do ano. São localidades que buscam atrativos extratemporada que evitem seu empobrecimento sazonal. Será que organizar peregrinações por esse ramal do sagrado Peabiru, nos moldes do Caminho de Santiago de Compostela, não seria um atrativo suficiente para trazer turistas/caminhantes a essas cidades fora do verão?”, indaga a pesquisadora.

Um comentário:

  1. Com todo respeito à obra e sua autora, comparar o Peabiru com o Caminho de Santiago de Compostela é dose! ...calada!!!

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