sábado, 6 de julho de 2013

Brasil mostra a tua cara...

Por Marcos Bayer
Primeiro eles ignoram, depois eles riem de você, depois eles brigam e então você vence. (Mahatma Gandhi)
As manifestações populares que começaram pelos vinte centavos a menos no preço do ônibus se alastraram como fogo e estão em todos os setores da sociedade. Desde os caminhoneiros até os médicos. Isto é saudável porque acorda o Brasil de uma inércia imprestável e obriga a classe política e dirigente a uma revisão geral.
O plebiscito proposto pela Dilma presidente é jogo de cena para barrigar a crise e jogar no colo do Congresso Nacional a saída para a lamúria brasileira.
Lá no Congresso, mesmo entre os ignorantes, não há santos. Lá estão homens de inteligência privilegiada, jurista, economistas, sociólogos e salafrários de todos os matizes.
Eles sabem o que o Brasil precisa. Eles sabem que deve haver limites à reeleição nos mandatos de vereador a presidente. Eles sabem que o poder público não pode pagar salários com 40 vezes de diferença entre o maior e a menor remuneração. Eles sabem que não é razoável uma casta de funcionários ganhando acima de R$ 30 mil reais mensais enquanto médicos, professores, policiais, bombeiros e outros ganham R$ 2 mil reais. Eles sabem que não pode haver nepotismo. Eles sabem que os aviões da FAB não são jatos particulares. Eles sabem que usar do cargo para facilitar e ganhar com negócios privados é crime de corrupção. Eles sabem tudo. Eles são o reflexo da nação.
O perigo que estamos vivendo é apenas um: a falta de uma liderança no movimento.
Quando uma revolução se instala, necessariamente ela precisa de um orientador para não cair numa inércia infrutífera.
Foi assim na India com Gandhi em 1947, foi assim na China com Mao Tse Tung em 1949, foi assim em Cuba com Fidel em 1959. Foi assim na Revolução Francesa de 1789 com o Diretório. Todas as revoluções, como em 1917 na Rússia, tiveram um grupo de orientação.
O Brasil não pode perder esta oportunidade. Precisa encontrar lideranças comprometidas com a revolução popular que se instalou na pátria.

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