quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A ENTREVISTA DO VICE-GOVERNADOR

Por Edison da Silva Jardim Filho
    
Até mesmo os leitores menos atilados da entrevista com o vice-governador, Eduardo Pinho Moreira, publicada na edição de domingo, dia 25 de setembro, do jornal “Diário Catarinense”, sobre a conclusão do relatório da consultoria independente KPMG, no sentido de que foram feitos pagamentos no total de R$ 51,7 milhões à empresa Monreal, entre maio de 2006 e dezembro de 2009, sem que existissem, dentro da Celesc, comprovantes da execução dos serviços contratados de cobrança administrativa das faturas de energia elétrica atrasadas, devem tê-la tomado como uma perfeita e acabada confissão de culpa do ex-presidente da maior estatal de Santa Catarina.
A entrevista do vice-governador foi tão caótica que os jornalistas que a realizaram resolveram anotar, como que se desculpando com os leitores: “Nervoso, em lugar de responder algumas perguntas, preferiu exaltar os resultados da Celesc desde que seu partido, o PMDB, assumiu o governo. Também interrompeu as tentativas de perguntas, várias vezes, para enumerar prêmios conquistados pela estatal durante sua gestão e mostrar documentos que não diziam respeito às indagações.” (A gente já está cansada de saber como se ganham láureas no Brasil)
A evidente falta de consistência nas respostas do vice-governador levou os jornalistas a pinçarem a seguinte frase dele para encimar a entrevista: “Não podem culpar quem já está fora.” A frase completa foi articulada assim: “Vocês não podem responsabilizar uma pessoa que está fora da empresa há quase três anos sobre um fato deste tipo.” Como visto, pelos parâmetros de administração pública do vice-governador, qualquer político de envergadura igual à dele, a partir do momento em que deixa de ocupar um cargo público, não responde mais pelos esqueletos que tenha amontoado nos armários da repartição.
Em dado momento da entrevista, o vice-governador afirmou: “A própria KPMG identificou quem autorizou o pagamento, os gestores dos contratos.” Logo em seguida, indagado sobre “quem autorizou esses pagamentos” à Monreal, respondeu: “- Várias pessoas. Tem umas 30.” (E nomeou algumas delas) Ora, se o contrato tivesse um gestor, não haveria “umas 30” pessoas autorizando pagamentos à Monreal. A falta de um gestor é a velha e infalível senha dos contratos com a administração pública marcados para ser malversados. Nesse contrato da Monreal, não há cláusula estipulando a responsabilidade por sua gestão dentro da Celesc.
Ao chegar de sua viagem ao exterior, o vice-governador tentou arranhar a tese do então presidente Lula no caso do “mensalão”: “- (...) Eu presidi a Celesc, mas um presidente, quando assina os contratos, não acompanha o andamento deles diariamente. Por isso, não tenho nenhum temor.” Não tem nenhum temor não pelo que está escrito no Estatuto da Celesc, mas porque ele sabe que, pela formatação do sistema judiciário brasileiro, qualquer político da posição dele está liberado para os malfeitos, como diria a presidente Dilma Rousseff. O artigo 25, inciso IV, do Estatuto da Celesc, preceitua: “Compete ao Diretor Presidente: - supervisionar, por intermédio dos Diretores, as atividades de todas as áreas da Empresa.” Se a execução de um contrato de cobrança administrativa de uma dívida colossal proveniente de consumo de energia elétrica não for uma das atividades “supervisionáveis” pelo presidente da Celesc, qual outra, então, o será?
O vice-governador foi presidente, concomitantemente, da Celesc e do PMDB. Naqueles idos, eu não apostaria uma fatia de pudim de leite condensado (a sobremesa favorita até de Che Guevara!), na hipótese de o vice-governador não ter na ponta da língua todos os detalhes- só para exemplificar- da formação de coligação partidária para disputar as eleições no município de Águas Frias, ou do desalinhamento político entre o prefeito e o presidente da Câmara de Vereadores da cidade de Timbó Grande, se ambos fossem do PMDB.

L.A. deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A ENTREVISTA DO VICE-GOVERNADOR": Me admira você, tão defensor das empresas publicas, ficar na perseguiçã do Pinho Moreira, sendo que esta mais na cara do que nunca que ele esta sendo perseguido pelos interesses do particular (leia-se Lirio Parisotto) que querem privatizar a Celesc.
    Esta mais do que claro que o LHS prometeu algo a esse Sr. Lirio Parisotto e, como ninguém esta cumprindo o que foi acordado, alguém tem que pagar o pato.
    Alias, o Pinho Moreira saiu da Celesc por causa das promessas do LHS ao Lirio Parisoto. A partir daí, Pinho Moreira passou a ser inclusive fritado dentro do próprio partido!!! Lhs tentou por até o Dario Berger pra ser candidato a governador.
    Depois deixou Pinho Moreira isolado, sem $$$ dos empresarios, forcando ele a se aliar ao Colombo.
    Me admira jornalista tão bem informado como você, ainda perder o seu tempo em ficar querendo também colocar no c* do Pinho Moreira, quando esta mais do que perceptivel que ele esta sendo usado pelos verdadeiros criminosos que, mais uma vez, tentam frita-lo, ou seja, quando é visivel que o buraco é muito mais embaixo do que se imagina! 

Um comentário:

  1. Me admira você, tão defensor das empresas publicas, ficar na perseguicao do pinho moreira, sendo que esta mais na cara do que nunca que ele esta sendo perseguido pelos interesses do particular (leia-se lirio parisotto) que querem privatizar a celesc.
    Esta mais do que claro que o LHS prometeu algo a esse Sr. Lirio Parisotto e, como ninguém esta cumprindo o que foi acordado, alguém tem que pagar o pato.
    Alias, o pinho moreira saiu da celesc por causa das promessas do LHS ao Lirio Parisoto. A partir daí, pinho moreira passou a ser inclusive fritado dentro do próprio partido!!! Lhs tentou por até o dario berger pra ser candidato a governador.
    Depois deixou pinho moreira isolado, sem $$$ dos empresarios, forcando ele a se aliar ao Colombo.

    Me admira jornalista tão bem informado como você, ainda perder o seu tempo em ficar querendo também colocar no c* do pinho moreira, quando esta mais do que perceptivel que ele esta sendo usado pelos verdadeiros criminosos que, mais uma vez, tentam frita-lo, ou seja, quando é visivel que o buraco é muito mais embaixo do que se imagina!

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