quinta-feira, 30 de junho de 2011

Aos gregos e troianos


Por Marcos Bayer

    A Grécia é o centro das atenções, neste momento, no cenário político europeu. Assim
como foi a Espanha, pouco tempo faz.

    Não precisa ler Marx, o Karl, para saber que o capitalismo é autofágico. E não se deve confundir capitalismo com democracia.

    A crise grega, como a espanhola, apenas refletem o aperto existencial que virá. O sistema capitalista espreme e cospe. Então, avança. E assim continuadamente.

    As pessoas são apenas peças no processo. Chaplin já demonstrou, com maestria, em “Tempos Modernos”.

    A cibernética, o crescimento populacional e o modelo de produção atual da China, impulsionam a crise mundial que está no horizonte.

    O trabalho é a atividade mais importante na vida do homem. Ele precisa dele para significar sua existência, para sua sobrevivência, para manifestar sua criação.

    O modelo que está instalado é o das fusões corporativas. As empresas de carnes, as redes de supermercados, as empresas de comunicação e etc.

    Observem as empresas de telefonia. Contas mensais cada vez mais caras, cobranças indevidas e sistemas de atendimento ao cliente, através de um “call center”, onde o atendente é treinado para dificultar a resolução do problema enquanto recebe um salário de fome.

    Nesta onda de enganação, uma nova língua coorporativa, forjada na América, nas escolas de MBA, fundamentada nas teorias de “behaviour science”.

    Atitude, determinação, agregação de valor, fidelização, foco, expertise, branding, banking e por aí vai. Logo, muito logo, vão ensinar o “fucking” empresarial.

    Neste cenário, apesar dos movimentos de resistência nos diversos níveis, desde o político até o alimentar, a força do mercado é arrasadora. No mais amplo sentido.

    O homem perde o controle sobre suas instituições e deixa-se devorar por elas.

    A impessoalidade é a marca do século 21.

    Na Grécia, o berço da civilização ocidental, assistimos a primeira autofagia social.

    Zorba, o grego, dançou uma música de vida. Riu da desgraça para poder viver...

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