segunda-feira, 9 de maio de 2011

COMANDANTE

CORONEL QUE INVADIU CAMPUS UNIVERSITÁRIO É NOMEADO COMANDANTE
DA PM PELO GOVERNADOR DO PT


(ACABOU A UTOPIA?)

Por Emanuel Medeiros Vieira

     O novo comandante militar da Bahia, nomeado pelo governador Jacques Wagner (do PT –abreviatura de Partido ”dos Trabalhadores”!), é o mesmo que comandou a Tropa de Choque que ocupou o campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA) EM MAIO DE 2001 E BAIXOU O SARRAFO NOS ESTUDANTES.
     Memória?
     Segundo um jornalista, “muitos dos que apanharam não estavam nem aí. Ou melhor, estavam ao lado do coronel, alegres e sorridentes” (no dia da posse, 6 de maio).”
     O que fez na Bahia o governador Jacques Wagner?
     De maneira astuta – conhecendo a cobiça da maioria dos seres humanos pelo Poder –, agregou aos seu governo, remanescentes da “turma” de ACM (como o vice-governador), trouxe também outras figuras que o PT (de antes! ) qualificava de”direitistas” e – Meu Deus! – cooptou gente dos chamados movimentos sociais (como dos negros e das mulheres),criando há pouco quatro novas secretarias e oferecendo muitos cargos.
     Calou a boca dos ex-socialistas! Eles se aquietaram!
     Seria o governador um novo Maquiavel, reencarnado na Bahia? Outros chamam o governador de ”ACM sem tacape”. Estaria fazendo aquilo que um escritor qualificou de “ditadura perfeita” (falando sobre o PRI mexicano, que ficou décadas no Poder). Só uma lembrança: essa gente foi eleita para mudar – combatendo ACM.
     Onde estão os deputados ditos de “esquerda”, eleitos pelos movimentos sociais? Estão calados! Será que dormem em paz? Pedirão de novo votos – como se nada acontecesse – para aposentados, funcionários públicos, médicos e professores?
Sim, são capazes!
     Virão com álibis compensatórios –como diria Freud –, ou truques mentais ou jogos verbais, para justificarem seus atos. Falarão em “povo” e “unidade”. Em ética.

ESQUECEM QUE ÉTICA NÃO TEM PRAZO DE VALIDADE E QUE O DECORO É ATEMPORAL.

     Este governo baiano do PT está embriagado pelo Poder! Meu pai dizia: dê uma “mesa grande” (como metáfora do poder) para alguém e conhecerás o seu caráter”. São, como disse alguém, uns ”bolcheviques sem utopia”. (Por favor, não venham com platitudes ou idiotices de dizer que quem critica o PT “faz o jogo da direita”).

 
     Chega! Não subestimem a nossa inteligência!

*Quem assina esse texto foi militante da AP, amigo de Luiz Travassos e de Chico Pinto (corajoso e honrado baiano), e esteve preso na OBAN (não é preciso dizer que lá foi a sua estação no inferno) e, durante meses, no DOPS, sofrendo um longo processo. Quem assina (com sincera indignação) estava na luta, quando muitos democratas de hoje, apoiavam a ditadura.

*Emanuel Medeiros Vieira foi membro do Conselho Editorial do jornal “Movimento” e correspondente em Santa Catarina do semanário “Opinião”. Também foi dirigente do IEPES, embrião da futura Fundação Pedroso Horta.
(Salvador, maio de 2011)


Augusto J. Hoffmann deixou um novo comentário sobre a sua postagem "COMANDANTE":
Essa postura estilo "esqueçam o que escrevi ou que falei" é o atestado da incoerência, na política partidária brasileira. Não é só no PT baiano, esse sambinha é sucesso na praça, como o recém-nascido PSD, onde pipocam declarações de alinhamento ao governo federal. Em muitas cidades, as alianças espúrias, sem pé e nem cabeça, à revelia da procuração do eleitor, os mandachuvas loteiam e premiam ao sabor do fisiologismo. Como diria filósofo de boteco, nossos partidos estão partidos. Em pedaços, empreitam um jogo de conveniências para uma platéia, na maioria desatenta, e a outra parte, só na chiadeira. 

Um comentário:

  1. Essa postura estilo "esqueçam o que escrevi ou que falei" é o atestado da incoerência, na política partidária brasileira. Não é só no PT baiano, esse sambinha é sucesso na praça, como o recém-nascido PSD, onde pipocam declarações de alinhamento ao governo federal. Em muitas cidades, as alianças espúrias, sem pé e nem cabeça, à revelia da procuração do eleitor, os mandachuvas loteiam e premiam ao sabor do fisiologismo. Como diria filósofo de boteco, nossos partidos estão partidos. Em pedaços, empreitam um jogo de conveniências para uma platéia, na maioria desatenta, e a outra parte, só na chiadeira.

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