terça-feira, 29 de março de 2011

À MANEIRA DE PAULO FRANCIS

Por Olsen Jr.

O excesso de seriedade sempre esconde uma torpeza. Ignoro o porquê de ter excluído esta frase de minha crônica anterior. Talvez para não ferir suscetibilidades. Mas desde quando me importo com a suscetibilidade dos outros? Bastam as minhas que me fornecem regularmente a solidão com vistas para o bar, digo, mar.
É do Francis, eu assumo “meu talento, numa terra de capachos, se manifesta contestando. Aparece fácil. Não há praticamente competição.” Somos herdeiros de uma tradição cínica que tem, na história, alguns expoentes infernais: Moliére (aquele do “Doente Imaginário”); Rabelais (o do “Gargantua e Pantagruel”; Voltaire que afirmou “ser perigoso ter razão em assuntos sobre os quais as autoridades estabelecidas estão erradas”; Sain’t Beuve intuindo antes de Sartre que a obra de um autor é o reflexo de sua vida e pode ser explicado por ela, ele próprio um exemplo de que posteridade, como todo o mundo, também pode se equivocar; Racine, o mais próximo rival de Shakespeare; Oscar Wilde constatando “o jornalismo moderno tem uma coisa a seu favor. 
Ao nos oferecer a opinião dos deseducados, ele nos mantém em dia com a ignorância da comunidade”; Swift e “Viagens de Gulliver” a maior e mais ácida crítica feita a um sistema de governo; Bernard Shaw “acredito na democracia do silêncio e posso falar sobre ela durante horas”; e também, naturalmente, Ambrose Bierce “é contra a lei matar uma mulher que nos traiu, mas nada nos impede de saborear o fato de que ela está envelhecendo a cada minuto”; H. L. Mencken “todo o homem decente se envergonha do governo sob o qual vive”; George Nathan “bebo para tornar as pessoas interessantes”; e William C. Fields “mostre-me um homem que não beba e eu lhe provarei que ele é parte camelo.”
Estive na Universidade prestigiando o lançamento do segundo volume “Ecos no Porão”, do amigo e escritor Silveira de Souza. Calor infernal, embaixo daquela tenda onde ele autografou estava insuportável. Só dois escritores presentes além do autor.
Os mineiros, segundo o Otto Lara Resende “são solidários apenas no câncer”, aqui – acredito – nem isso. Havia uma Feira de Livros na barraca. Convidativa e mal divulgada. Todo o estoque da Editora da UFSC a preço de banana. Comprei os últimos oito exemplares do meu romance “Estranhos no Paraíso”, o que significa que estou no rol dos “autores esgotados.” Proeza se considerarmos todo aquele estoque. Foram 10 anos para aniquilar os 1050 exemplares da obra.
Em outra encarnação, se houver, quero voltar como escritor, novamente, viver na América, mas não esta tupiniquim a outra, do Norte!

Velho Mamute deixou um novo comentário sobre a sua postagem "À MANEIRA DE PAULO FRANCIS": Pohha, Olsen, nem sabia do lançamento. Assim, não engordaria as estatísticas de autores inéditos que não compareceram ao evento. Ps. Me vende um dos exemplares da edição finalmente esgotada de "Estranhos no Paraíso". A propósito, o preço da feira ainda está em vigor? Paulão 


Olsen Jr. deixou um novo comentário sobre a sua postagem "À MANEIRA DE PAULO FRANCIS":
Paulão, mo filho...
Claro, estão lá...
Por mais que doa, ainda estão lá...
Sucesso!
Olsen Jr.

2 comentários:

  1. Pohha, Olsen, nem sabia do lançamento. Assim, não engordaria as estatísticas de autores inéditos que não compareceram ao evento. Ps. Me vende um dos exemplares da edição finalmente esgotada de "Estranhos no Paraíso". A propósito, o preço da feira ainda está em vigor? Paulão

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  2. Paulão, mo filho...

    Claro, estão lá...

    Por mais que doa, ainda estão lá...

    Sucesso!

    Olsen Jr.

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